Programação Rugby na SportTV

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Entrevista Rugby Clube de Viseu ao Jornal do Centro


Carlos Pinto, presidente do Rugby Clube de Viseu



Carlos Pinto é presidente do Rugby Clube de Viseu. Ele, Raul Costa e um grupo de amadores faziam jogos não oficiais desde 2000, mas foi só a 9 de Março do ano passado que se constituíram oficialmente o Clube. Em pouco mais de um ano, captou perto de 70 atletas divididos pela equipa de seniores e equipas do sub-18 até aos sub-14. Dispõe de uma escola para crianças e jovens dos 8 aos 14 anos e aposta numa turma feminina. Treinado por Pedro Prata, já conquistou vários títulos. Recentemente voltou a vencer o Campeonato Nacional de Equipas Emergentes. Carlos Pinto quer “apaixonar os viseenses pelo rugby”.

Como surgiu o Rugby Clube de Viseu?
Eu e um colega de longa data, o Raul Costa decidimos que estavam reunidas as condições para criarmos um clube de rugby em Viseu.
Já conheciam pessoas que praticavam a modalidade em Viseu?
Tivemos um forte apoio da selecção nacional. Mas já tínhamos pessoas que praticavam e sabíamos que íamos ter esse apoio, para termos alguns praticantes na fase inicial, para competirmos em algumas provas.
Onde jogavam?
Um grupo de amigos reunia-se todos os fins-de-semana e jogava rugby onde estão agora a fazer o campo de areia (futebol de praia, no Fontelo). Conseguimos reunir ali um grupo forte que depois veio a fazer parte do Rugby Clube de Viseu.
Como é que se incentivam os jovens a praticarem uma modalidade vista como um desporto violento?
Este ano tivemos um projecto engraçado. Dirigimo-nos a todas as escolas para desfazer um pouco a ideia de que o rugby é violento.
Não é violento?
Não. É violento para as pessoas que estão de fora e não compreendem as regras. Entre nós, dentro do campo, existem uma série de regras e respeitamo-nos uns aos outros. O rugby é o único desporto que tem a terceira parte, onde as duas equipas convivem entre elas.
É obrigatório?
Geralmente. É uma característica que acompanha o rugby há muitos anos. Mas o rugby não é violento, nós costumamos dizer que uma pessoa que nunca jogou rugby, que poderá magoar-se; agora, um jogador que já tem conhecimento das regras, não se magoa. Já tem preparação física à altura e conhecimento de uma série de regras, de uma filosofia do que é a modalidade e o respeito que terá que ter pelos seus colegas e pelo árbitro.
Não há protestos com o árbitro?
Posso garantir. O rugby, para além do desporto, forma homens.
A saberem cumprir regras?
Sim. Ainda há pouco tempo, saiu um artigo sobre os recursos humanos de empresas de advocacia, que viam o rugby como um critério de selecção para admitir novos advogados, porque o consideram como sendo uma modalidade em que a pessoa é capaz de resolver determinados conflitos ou situações em equipa, sem nunca entrar em desespero e conseguir aplicar isso ao mundo do trabalho. O nosso objectivo é tentar criar os valores do rugby nas pessoas e, principalmente, nos jovens.
O treino do rugby exige muita preparação física?
Física e psicológica.
Até onde vai o espírito de família no rugby?
Vai a todos os níveis. Lembro-me de uma situação com uma rapariga, que teve o azar de, nos jogos desportivos organizados pela Câmara [de Viseu] este ano, partir o pé e todas as equipas feminina e masculina, foram ter com a Sara, quando saiu do hospital. Se a Sara sofreu, todos se preocupam e vão ajudar no que for preciso.
Esse espírito de união ajuda a captar os jovens?
As pessoas que entram têm que ter consciência que vão fazer parte de uma equipa e que são todas iguais.
É mais fácil captar rapazes ou raparigas?
As meninas são mais organizadas, têm uma perspectiva diferente da dos rapazes e são mais certinhas. No que toca a captar mais raparigas para a modalidade, às vezes, têm mais sucesso, porque existe uma certa confidencialidade e partilham muito o desporto em comum, o que cria união.
Como foi a adesão?
Fantástica. Em Viseu, o futebol é rei, mas existem determinadas pessoas que querem apostar em modalidades novas e o rugby é um desporto que dá mais possibilidades a pessoas que têm determinadas características, de praticarem um desporto, em que podem ter bons resultados.
O rugby ainda é visto como um desporto de elites para doutores, engenheiros ou estudantes universitários?
Antigamente o rugby, por ser um desporto universitário, só as pessoas que estavam a tirar o curso é que o podiam praticar. Hoje, os clubes estão abertos a todo o tipo de atletas. Hoje o
rugby é para todos.
Treinar num campo relvado facilitava a aquisição de Jovens?
Os seniores que começaram em pelado e que ganharam os emergentes em 2009, não sentem tanto essa diferença, apesar de que, quando lhe damos um campo relvado ficam satisfeitos. Quando estamos a falar da formação – o ponto principal do Rugby Clube de Viseu – torna-se muito complicado para um pai meter uma criança de oito anos a treinar num campo pelado. Estamos a fazer o possível para, em conjunto com a autarquia, conseguir treinar num relvado. Aí sim, se tivermos um campo relvado conseguimos dar mais do rugby à cidade de Viseu. Acho que a autarquia está sensibilizada para esse aspecto e penso que a partir da próxima época desportiva, o Rugby Clube de Viseu possa ter um campo relvado.
O que é vencer o Campeonato Nacional de Emergentes?
É uma prova que o Comité Regional de Rugby do Centro organizou para clubes que querem começar a entrar na parte desportiva nacional. Permite às equipas pouco estruturadas poderem participar com outras equipas que se encontram na mesma situação. Graças a esta competição, têm-se conseguido cativar bastantes clubes. Sem estas competições, provavelmente, o que o Rugby Clube de Viseu conseguiria fazer eram uns jogos amigáveis.
Quantas equipas participam?
Este ano, três equipas.
Têm alguma comparticipação?
Recebemos um subsídio [da Câmara Municipal de Viseu] em que tivemos que fazer uma gestão muito apertada. Temos alguns poucos parceiros bastante bons, que nos têm ajudado nesta fase inicial.
O campeonato nacional ainda está distante?
Temos consciência que ainda não estão reunidas todas as condições para participar num campeonato nacional.
Quem assiste aos jogos?
Na maioria das vezes é a família, a nossa grande claque. Mas já há pessoas que começam a ter conhecimento do rugby e vão ver. Queremos apaixonar os viseenses pelo rugby e estamos a reunir todas as condições para que no próximo ano consigamos fazer uma divulgação a todos os níveis, para que as pessoas tenham conhecimento da modalidade.
Quais são os vosso objectivos?
Precisamos urgentemente de um campo. Depois, vamos falar com os pais e tentar uma aproximação com a direcção, na tentativa de encontrar soluções, para conseguir parcerias que possam apoiar o Rugby Clube de Viseu.


7 mêlées:

João Mateus disse...

Muito bom!

Jo disse...

Então mas quem é o presidente?

Álvaro disse...

a entrevista está muito boa, mas ia fazer a mesma pergunta que o Jo! lol

prata disse...

Eu só tenho a dizer isto--- PRATA - O CONQUISTADOR... lol..

prata disse...

isto dos presidentes, é um caso para ser tratado pelo CAPITAO PROTECÇÃO.

Barros disse...

Viva o Carlos, o meu presidente!!!

Rui Silva disse...

O Capitão Protecção está na sua sede a averiguar o caso, mas mais cedo ou mais tarde desvendará o mistério pendente!